Hungria empatou nos últimos instantes mas os lusos têm o apuramento na mão
A Seleção Nacional esteve muito perto de assegurar desde já a qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026, mas o empate com a Hungria deixou o apuramento adiado para novembro. A vencer por 2-1 aos 90 minutos, os lusos viram os húngaros selaram o empate já em tempo de compensação. A 13 de novembro, uma vitória diante da República da Irlanda carimba a vaga no Mundial. O empate pode ser suficiente, se a Hungria não vencer a Arménia.
Confira aqui todas as incidências deste desafio.
RELATÓRIO ESTATÍSTICO
No Estádio José Alvalade, em Lisboa, a formação de Roberto Martínez já se preparava para fazer a festa do nono apuramento, sétimo seguido, de Portugal para um Campeonato do Mundo, mas Szoboszlai, aos 90+1 minutos, teve outra ideia.
Antes, aos oito minutos, Szalai tinha dado vantagem aos magiares, mas Cristiano Ronaldo, aos 22 e 45+3, em mais uma noite de recordes para o capitão, protagonizou a reviravolta no marcador, deixando Portugal muito perto de qualificação.
Os instantes finais acabaram por ser ‘fatais’ para a Seleção Nacional, que, apesar da igualdade, mantém a liderança isolada do grupo F, com mais cinco pontos do que a Hungria. O facto da diferença de golos ser o primeiro critério de desempate faz com que o empate em Dublin possa não ser suficiente para assegurar a qualificação.

A falta de pontaria acabou por ser determinante para Portugal não estar agora a festejar o apuramento, sobretudo nos primeiros minutos da segunda parte, período em que a equipas das ‘quinas’ foi claramente superior e desperdiçou várias oportunidade para aumentar a vantagem, incluindo duas bolas nos postes.
Portugal continua assim a liderar o Grupo F, agora com 10 pontos, mais cinco que a Hungria, segunda classificada, mais quatro que a Irlanda, terceira, e mais sete que a Arménia, que já não consegue o apuramento direto.
Como tem sido habito, Ronaldo voltou a fazer história e desta vez isolou-se na lista de melhores marcadores de sempre de fases de qualificação para Campeonatos do Mundo, com 41 golos, levando cinco no agrupamento.
Além disso, o avançado de 40 passou a somar nove golos marcados à Hungria, agora a sua segunda principal ‘vitima’, só atrás do Luxemburgo, que já sofreu 11 de Ronaldo.

Este foi o primeiro jogo de qualificação da ‘era’ Martínez que Portugal não venceu, depois de 10 triunfos no caminho para o Euro2024 e três no arranque do apuramento para o Mundial.
Esta também foi a primeira vez que Portugal não conseguiu vencer os húngaros em casa em jogos oficiais, segunda contando jogos fora e neutros.
Com surpresa, a Hungria apareceu bastante atrevida no arranque da partida, impondo uma pressão alta junto da defensiva lusa, no objetivo de não deixar Portugal sair a jogar, e cedo foi premiada, com Szalai a marcar para os magiares.
Diogo Costa, que foi praticamente um ‘espetador’ com a Irlanda, ainda defendeu uma primeira bola para canto, mas, na sequência do lance, ficou mal na ‘fotografia’, com o central húngaro a ter muitas facilidade para cabecear perante a passividade defensiva.
Szalai, de 1.92m, apareceu no lance a ser marcado por Bernardo Silva, tem 1.73.
Em desvantagem, logicamente a Hungria baixou as duas linhas, ficando à procura do “melhor contra-ataque do mundo” (frase dita por Roberto Martínez minutos antes da partida), mostrando-se mais esclarecedora que Portugal.
Nesta fase, a equipas das ‘quinas’ foi tendo mais bola, mas sem resultados práticos, enquanto os húngaros, com dois, três toques chegavam depressa à área portuguesa.

Foi só preciso introduzir alguma velocidade para Portugal chegar ao empate e assim aconteceu com Nelson Semedo, que apareceu no lugar de Diogo Dalot. O lateral rompeu pelo lado direito da área húngara e cruzou rasteiro para Ronaldo, completamente solto, encostar.
Mal ou bem, Portugal tinha chegado ao empate e alcançou mesmo a reviravolta antes do intervalo, isto depois de Bruno Fernandes ter visto um cartão amarelo que o afasta do jogo de novembro na Irlanda.
A receita acabou por ser praticamente a mesma, mas desta na esquerda e com Nuno Mendes a centrar à entrada da área para Ronaldo, que apareceu novamente completamente sozinho para o 2-1.
Portugal regressou dos balneários com outra energia (a palestra de Martínez teve o seu efeito) e ficou duas vezes muito perto do 3-1, acabando em ambas impedido pelo poste esquerdo do guarda-redes húngaro.

Primeiro, num lance que não costuma fazer muito, Ruben Dias atirou uma ‘bomba’ de fora de área e depois foi Bruno Fernandes com um remate à entrada da área.
Martínez ‘atirou’ para o relvado João Palhinha, Francisco Conceição e João Félix (Bruno Fernandes, Rúben Neves e Pedro Neto saíram) e o terceiro golo ficou novamente perto de acontecer.
Conceição centrou para Félix, mas o guarda-redes magiar impediu os festejos.
Sem aproveitar as oportunidades, Portugal apanhou um valente susto quando Szalai acertou na barra, com Ruben Dias a impedir a recarga do central húngaro, quando alguns jogadores magiares já festejavam o empate.
A Hungria ganhou confiança e voltou a acreditar que pelo menos um ponto podia trazer de Alvalade, enquanto Portugal perdeu fulgor, levando Martínez a tirar Cristiano Ronaldo e Nuno Mendes, claramente esgotados, lançado Gonçalo Ramos e Nuno Tavares.
Com apenas três minutos de compensação para jogar em Alvalade, Portugal preparava a festa do apuramento quando Szoboszlai estabeleceu o resultado final e adiou os planos lusos para novembro.
* com LUSA
