Francisco Neto espera desafio "novo e estimulante" frente ao Brasil

Futebol Fem. - Seleção A

O Selecionador Nacional fez a antevisão do encontro desta terça-feira das Navegadoras. Saiba também o que disse a avançada Jéssica Silva

A Seleção Nacional Feminina A encara o duelo com o Brasil, esta terça-feira, em Aveiro, como mais um passo estratégico rumo ao grande objetivo: a qualificação para o próximo Campeonato do Mundo. Na antevisão do encontro com as 'canarinhas', o Selecionador Francisco Neto sublinhou a importância de confrontos com equipas de topo e explicou por que razão o Brasil representa um teste singular.

O treinador português começou por dizer que a especificidade do modelo defensivo brasileiro coloca exigências pouco habituais às jogadoras nacionais: “O Brasil apresenta um modelo defensivo diferente do que estamos habituados na Europa: fazem marcação individual a campo inteiro, a todas as jogadoras. Isso significa duelos constantes, desgaste e uma exigência de concentração muito elevada. É algo relativamente novo para nós, mas também é estimulante por isso."

"Estamos a falar de uma equipa que defensivamente, nos últimos jogos que tem feito, tem dominados. E contra diferentes adversários: jogaram com a Itália, com a Inglaterra, com a Noruega… Mesmo perdendo com a Noruega, foram altamente dominadoras", acrescentou o Técnico.

Francisco Neto considerou, porém, que esse tipo de adversidade é essencial para a evolução das Navegadoras: “Para crescermos, temos de ser capazes de estar mais vezes confortáveis no desconforto. As equipas de topo são as que lidam melhor com ambientes de pressão e exigência, e é aí que queremos colocar as nossas jogadoras.”

O Selecionador reiterou ainda que o ciclo de jogos internacionais - particularmente os dois últimos estágios, nos EUA e agora em Portugal - está alinhado com o plano da Equipa das Quinas a médio prazo: “Daqui a um ano queremos estar a celebrar um apuramento para o Mundial. Estes testes servem exatamente para isso.”

Gestão da equipa e ausência de Kika Nazareth
Questionado sobre a rotação de jogadoras, e o equilíbrio entre experiência e renovação na Equipa das Quinas, foi caro: “Tínhamos como objetivo nestes dois últimos estágios, nos EUA e neste, dar o máximo de minutos possíveis às jogadoras. Conseguimos fazer isso muito bem nos Estados Unidos e estamos a preparar o máximo de jogadoras para amanhã estarem aptas".

"Não lançamos jogadoras por lançar. É essencial dar-lhes conforto e enquadramento. Por isso é muito importante o papel das jogadoras mais experentes, como a Jéssica, na frente, a Tatiana, no meio-campo, a Carole ou uma Ana Borges, na linha defensiva. São fundamentais para transmitir confiança às que chegam agora", explicou.

Sem poder contar com Kika Nazareth, o treinador abordou as diferenças estratégicas entre as alternativas ofensivas: “Cada jogadora nos dá coisas diferentes. Com a Jéssica temos mais profundidade, com a Kika temos mais apoio. Se temos o apoio pela Telma, alguém tem que nos dar profundidade. O grupo tem que reconhecer quem está dentro e as características das colegas, para que o nosso coletivo funcione. Infelizmente não podemos contar com a Francisca, mas outra estará. Confiamos totalmente nas nossas jogadoras".

Uma festa bonita falada em português
Francisco Neto cometou a possibilidade de o público aderir em massa ao Portugal-Brasil e disse esperar um espetáculo com ambiente especial: “Não é frequente termos oportunidades para jogar contra seleções de fora da Europa. O Brasil traz sempre enorme expectativa pela qualidade individual das suas jogadoras. Pode ser um dia bonito, falado em português, e esperamos um estádio cheio.”

"Sabemos que estão muitos bilhetes na rua, como costumamos dizer. É uma oportunidade única: não temos muitas oportunidades de jogar contra seleções de fora da Europa.
O Brasil traz sempre muita expectativa pela qualidade individual das suas jogadoras. Amanhã pode ser um dia bonito para quem gosta de futebol e de futebol feminino. Esperemos que seja uma festa falada em português. Convidamos todos os adeptos portugueses e a comunidade brasileira a estarem presentes. O mais importante amanhã é termos um estádio cheio".

Jéssica Silva: “Queremos entrar para ganhar"
A internacional portuguesa Jéssica Silva sublinhou, em conferência de imprensa, o bom momento do grupo comandado por Francisco Neto e a confiança retirada do jogo frente aos Países Baixos, onde Portugal perdeu mas assinou uma boa exibição.

“Criámos mais oportunidades nesse jogo [com os Países Baixos] e, se tivéssemos concretizado, podíamos ter saído com a vitória (...). Temos feito o nosso caminho, a jogar contra as melhores seleções do mundo, e isto vai ser um jogo onde queremos mostrar o melhor Portugal, queremos continuar a crescer como equipa e vamos usar o nosso melhor para tentar ganhar. Vamos entrar para ganhar", expressou.

Apesar de o Brasil surgir no fim da época para muitas das suas jogadoras, Jéssica recusou qualquer ideia de fragilidade: “Desvalorizo isso. Sei que todas elas mantêm a dinâmica quando têm jogos internacionais. O Brasil vai querer entrar com tudo e vai querer muito ganhar este jogo.”

Sobre jogar em Aveiro, onde estudou e viveu, a internacional portuguesa admitiu uma emoção extra: “É especial jogar em casa. Tenho aqui pessoas muito importantes para mim. Mas, no fundo, sentimos sempre muito apoio - seja no Norte, no Centro ou onde for. Acho que todos nós nos vamos sentir em casa.”

Jéssica Silva destacou ainda o estilo agressivo da seleção brasileira: "Vai ser um jogo de muitos duelos. Temos trabalhado para contrariar esse tipo de pressão e ter sucesso.”

Árbitra alemã nomeada para o Portugal–Brasil feminino
A alemã Riem Hussein vai dirigir o encontro entre a Seleção Nacional Feminina A e a congénere do Brasil, num duelo que promete intensidade e qualidade dentro das quatro linhas.

A equipa de arbitragem será composta por vários elementos germânicos. Hussein terá como assistentes Anne Uersfeld e Melissa Joos, ambas da Alemanha, e a portuguesa Ana Afonso foi designada como 4.ª árbitra.

No videoárbitro, a responsabilidade ficará a cargo da alemã Katrin Rafalski (VAR), enquanto Franziska Wildfeuer, também germânica, atuará como AVAR.

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PROGRAMA DAS NAVEGADORAS:

02 DEZEMBRO DE 2025 | TERÇA-FEIRA