Andreia Jacinto: "Será um desafio muito grande para nós"

Futebol Fem. - Seleção A

Andreia Jacinto fez a antevisão do duelo de terça-feira com o Brasil. O jogo passa em direto no Canal 11 (19h45)

A Seleção Feminina A retomou, este domingo,a sua rotina de treinos, com o pensamento no encontro frente ao Brasil, agendado para terça-feira, às 19h45, no Estádio Municipal de Aveiro. À entrada para a sessão de treino, no Campo da Ponte, em Braga, Andreia Jacinto falou aos jornalistas sobre o momento da Equipa das Quinas e o desafio que se avizinha.

Preparação para o Brasil
Questionada sobre os pontos mais sublinhados pela Equipa Técnica de Francisco Neto na abordagem ao Brasil, Andreia Jacinto destacou o caráter singular do adversário: "Disseram-me que ia ser um jogo completamente diferente daquilo a que estávamos habituadas. O Brasil tem, por exemplo, uma forma de pressionar bastante diferente de todas as seleções da Europa. Vai ser um desafio muito grande para nós porque nunca encontrámos nada assim, mas vai ser também muito interessante".

A jogadora da Real Sociedad, de 23 anos, explicou depois o que Portugal precisa de fazer para encontrar espaços perante a marcação apertada da equipa sul-americana: “Sabemos que é muito difícil receber a bola, portanto é preciso ter variabilidade e contra-movimentos para criar espaço e conseguir receber. Isso vai ser fundamental.”

Ritmo, agressividade e evolução em Espanha
Reconhecendo que a Liga espanhola contribuiu para a sua evolução, Andreia Jacinto identificou o ritmo e a agressividade como as áreas em que mais cresceu: “Em termos de ritmo e agressividade foram dois pontos em que consegui crescer bastante em Espanha, porque no campeonato espanhol tudo acontece mais rápido, temos de tomar a nossa decisão mais rápido porque a pressão chega mais cedo", referiu.

Humildade e foco coletivo
Confrontada sobre o estatuto que tem conquistado na Real Sociedad, atual segundo classificado da Liga Feminina espanhola, a centrocampista rejeitou a ideia de ter “conquistado um lugar” e destacou a mentalidade com que encara cada convocatória lusa: “Não olho para isso como se já tivesse conquistado um estatuto. Venho sempre como se fosse a minha primeira vez, com a vontade da primeira vez. A experiência ajuda-me a estar mais preparada para resolver problemas dentro do jogo, e se isso me permite ajudar a Seleção, fico muito feliz.”

A médio portuguesa destacou também o papel da experiência acumulada em jogos internacionais na sua capacidade de decisão dentro de campo: “Esta experiência que vou ganhando com os jogos internacionais permite-me estar mais disposta dentro do jogo, mais preparada para resolver problemas do que aquilo que estava antes e, se individualmente dou o meu melhor e consigo ajudar a Seleção no que possa, melhor para mim."

Adeptos em Aveiro e a responsabilidade de ser referência
Quanto ao duelo de terça-feira na cidade de Aveiro, a jogadora mostrou-se entusiasmada com o previsível apoio dos adeptos no Estádio Municipal local: “Estamos à espera de sentir esse carinho e apoio no jogo, que sem dúvida nos ajuda muito".

A internacional portuguesa assumiu ainda a responsabilidade de ser vista como exemplo para as jogadoras mais jovens: “É um orgulho poder ser referência para as meninas que agora crescem a ver futebol feminino, algo que nós não tínhamos quando começámos a jogar. Mas isso traz responsabilidade, porque elas começam a olhar para nós dessa forma. É importante fazer as coisas bem e motivá-las a serem o melhor que podem ser.”

Portugal-Brasil em direto no Canal 11
O jogo entre Portugal e Brasil, agendado para esta terça-feira, às 19h45, no Estádio Municipal de Aveiro, terá transmissão em direto no Canal 11. Este segundo duelo de preparação das Navegadoras acontece depois do encontro com os Países Baixos, que terminou com vitória neerlandesa por 2-1, na passada sexta-feira, no Estádio Municipal de Braga.

A Equipa das Quinas continua, assim, a testar dinâmicas antes da qualificação para o Mundial de 2027, que arranca em março de 2026. O Brasil, 7.º colocado no ranking FIFA feminino, representa mais um adversário de grande prestígio internacional, tal como as neerlandesas, na 11.ª posição, e os Estados Unidos, formação que ocupa o 2.º lugar na hierarquia mundial e que Portugal defrontou em outubro [tendo vencido as norte-americanas pela primeira vez na sua história (1-2)].